Isaac Newton |
Talvez por isso as leis de Newton ainda são amplamente estudadas e disseminadas. Elas funcionam bem no mundo em que vivemos (esse mundo não quântico) e nela, em se tratando do tempo na visão do físico, pode-se dividi-lo em duas partes: o tempo absoluto e o o tempo relativo.
A saber a diferença dos dois:
O tempo absoluto é verdadeiro e matemático; flui uniformemente sem relação com qualquer coisa externa e é também chamado de duração;
O tempo relativo é aparente e comum; é alguma medida de duração perceptível e externa.
O tempo para Einstein é infinito; o tempo para Newton é físico e limitado.
Vivemos no mundo físico e limitado. Dessa forma, o tempo que circunde no plano em que vivemo, é também material e limitado. Quando nos referimos a matéria, estamos abordando sobre coisas palpáveis e talvez por isso tenhamos construído a ideia de ter tempo. Se o tempo é material e limitado, nada mais natural do que pega-lo para si, guarda-lo numa caixinha (comumente chamada de relógio) e adquirirmos para nós o sentimento de posse.
A matéria tempo tem uma particularidade singular: ela é anárquica socialista. Ela não obedece a uma hierarquia de gestão e corre de forma igual para todos. É acessível de forma gratuita e pertence a existência natural de tudo que existe, por isso, podemos afirmar que o tempo é um recurso natural. Como todo recurso natural existente na face da terra, o tempo é finito, daí o tempo é escasso.
O tempo não é um sistema capitalista, como muitos de nós gostamos de pensar. Você não compra mais tempo de seu dia, nem empresta um pouco do seu que possa está sobrando, a outra pessoa que esteja com tempo em falta. Ele é a unidade mais democrática que se tem conhecimento e pode ser, como a água, um recurso renovável; mas não é infinito.
Assim como todo recurso natural, o tempo precisa ser preservado. E assim como todo o sistema de preservação, o aproveitamento do recurso precisa ser controlado, para que se o use da melhor forma. Controlar o que você faz com seu tempo é preserva-lo para que você sempre o tenha; ter tempo, então, passa ser uma coisa opcional. Você tem tempo quando você cuida dele e (sim!) ter cuidado, sobre qualquer coisa, é uma opção.
E como é que você cuida do seu tempo?
Você cuida do seu tempo quando você não o gasta com coisas que possam ser consideradas fúteis, inúteis; a lista de futilidades, nesse caso, não pode ser algo considerado relativo. Lembre-se que na relatividade, algumas coisas não são aplicáveis ao plano material. Não temos tempo para sermos relativos. O tempo é escasso.
Você gasta mau o seu tempo, quando por exemplo, você se preocupa com o tempo dos outros. Quando você se empenha em procurar saber o que seu semelhante está fazendo e não procura, você mesmo, a descobrir o que fazer com o seu tempo. Quando você entra em sites de fofoca, pesquisa a vida dos outros em redes sociais, aproveita para destilar ódio nas pessoas, você está desperdiçando o seu tempo. Quando você está preocupado com a sexualidade de determinado individuo, preocupado com a cor ou a crença dos outros, isso é desperdício de tempo.
Obviamente que você pode, através de uma busca pessoal, procurar estudar a utilização do tempo por outros indivíduos, mas isso não pode ser modelo único de uso do tempo. Você precisa descobrir, você mesmo, do que você gosta, do que não gosta e empenhar seu tempo em desenvolver habilidades que irá aprimorar seus gostos, em pró de algo que não possa ser considerado uma perda de tempo.
- Está falando em ser "produtivo" o tempo todo?
- Não! Não é isso.
Temos uma noção de produtividade muito atrelada a industria e aproveitar o tempo não pode ser algo industrial; você não consegue pegar seu tempo e transforma-lo em algo comercializável. O tempo é um recurso natural, mas você não pode o encarar como um bem de consumo. Existe sim uma condição comercial na forma como estruturamos nossas vidas e ela diz respeito a usar uma pequena parcela do tempo que você tem para criar insumos; em troca ao tempo de vida "doado" você receberá "vales de sobrevivência". Essas atividades ligadas a sobrevivência tem um cunho diferente a aquelas atividades correspondentes a vivência.
Sobreviver é aquilo que você faz para conseguir o minimo necessário para ter uma vida confortável e preservar sua existência, de forma natural e digna.
Viver é usar o tempo que você tem, fora do mundo de sobrevivência, para dar existência a si mesmo.
Desse modo, ligar o tempo a uma necessidade de ser sempre produtivo, de forma industrial e linear, é ancorar as atividades de sobrevivência às de vivência. É necessário que se tenha clareza, noção e sabedoria para discernir a diferença daquilo que você faz para sobreviver e aquilo que você faz para "aproveitar a vida".
Viver é usar o seu tempo para existir.
Dito isso, aqui cabe uma pergunta: o que você tem feito, com o seu tempo, que esteja contribuindo para dar existência a si mesmo?
Lembre-se que para nós, humanos viventes no plano material, tempo é vida e que vida é um recurso limitado.
Cuide bem do seu tempo! 😉
Esse é um daqueles momentos em que termino de ler e preciso refletir por um bom tempo.
ResponderExcluirBela construção de pensamento.
A gente precisa dar mais valor ao nosso tempo!
ResponderExcluirPreciso pensar como tenho gasto meu tempo!
ResponderExcluirEu também Bruna acho que tenho muito tempo perdido!
ResponderExcluirA palavra TEMPO basta para um(a) bom/boa entendedor(a) olhar pra dentro de si e ver o que tem feito/produzido com o seu TEMPO.
ResponderExcluirExcelente texto! As partes que mais me chamaram atenção, com certeza, foi quando qualificou o tempo como anárquico socialista e quando relaciona o conceito de produtividade a indústria.
ResponderExcluirE falando em indústria, acredito que as pessoas vem mudando a forma de utilização do tempo, observo que o mercado de trabalho vem buscando pessoas que possuem autoconhecimento e outras características que só adquirimos quando investimos tempo olhando para dentro de nós. A minha crítica a isso, só é o motivo que leva o surgimento dessa necessidade.