Existe o conceito de justiça, mas ela em si não existe.
Justiça é um conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um equilíbrio, que por si só, deve ser razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social.
A ideia de justiça engloba reparação, equilibrio, imparcialidade; uma situação em que uma parte prejudicada terá seu prejuízo reparado de alguma forma, de tal modo, que a injustiça ocorrida, seja neutralizada. Talvez o sentimento de justiça possa existir; a justiça em si, não.
Fácil perceber isso... Existe uma premissa básica na vida: o tempo não volta. Como o tempo não volta, as coisas que acontecem no decorrer do tempo também são imutáveis e desse modo, a vida não volta. Só existe uma linha do tempo acontecendo e até que a física quântica prove ao contrário, essa linha nos puxa para frente.
Do mesmo modo, não existe presente. Nós somos apresentado a uma falsa noção de presente por que ele existe em modo verbal, mas no plano material, ele está longe de existir e isso também é algo simples de entender...
De forma básica, você só enxerga aquilo que reflete luz; um corpo que absorve 100% da luz que incide nele, é um corpo que você não conseguirá ver. Tudo que você está enxergando nesse exato momento é luz refletida; embora a luz seja muito rápida (300 mil quilometro por segundo no vácuo) ainda assim, ela não consegue ser rápida o suficiente para que você enxergue no momento presente. Logo, você está vendo sempre o seu passado.
Tudo que você toca, sente, contempla, é passado. A luz do sol demora 8 minutos para chegar até a terra; o som é a percepção auditiva de algo que já aconteceu; até o tato, que parece ser algo instantaneo, demora milésimos de segundos pelo cerebro para ser traduzido e intepretado e só então transformar o sentimento em ação.
Tudo é passado e o passado não muda. Você não consegue consertar o passado e nem ficar no presente. Só te resta o futuro. O futuro, de certo modo, pode ser modificado, moldado, previsto.
Por isso a justiça não existe. Para que houvesse justiça, seria necessário que o passado pudesse ser alterado no presente. Para que houvesse justiça, uma derrota que não deveria acontecer, precisaria ser apagada da história; você precisaria reviver pessoas que morreram e que não deveriam partir; ou ainda, para que houvesse justiça, o erro precisaria ser apagado.
O contrário também é verdade: para que houvesse justiça, não só o erro teria que ser apagado, como também as coisas boas deveriam ser recompensadas, porém ninguém ganha prêmios por ser uma boa pessoa, obedecer as regras ou ter um bom caráter. Algumas comunidades sim, premiam grandes figuras que contribuíram para o avanço social, mas esses prêmios são dados para os grande gênios de nossa época, por comunidades isoladas em algumas áreas. Isso é algo justo? E as pessoas que não são geniais mas ainda assim contribuem para a melhoria da vida de milhões? Fica como? Será que é necessário ser gênio para ter sua boa natureza reconhecida?
As pessoas boas, de senso comum, não ganham prêmios por serem boas por que justiça não existe e justiça não existe por que passado e presente não existe. A nós só nos resta o futuro.
E qual é o sentido da vida? O sentido da vida é para frente. Seguir em frente, passar para frente. Seguir em frente é o único caminho viável e possível para a vida. Passar a frente o que você aprendeu, compartilhar as experiências que absorveu, mutiplicar... Faz todo sentido fisico e biológico, pois isso obedece ao movimento natural da vida. Viver é está em movimento e esse movimento é para frente. Seguir em frente é respeitar a vida.]
- Mas, se justiça não existe, implica dizer que ato falho deva permanecer impune, certo?
- Não necessariamente.
Punidade não tem a ver com justiça; punidade tem a ver com consequência. Nesse mundo em que as coisas se movem para frente, há uma regra básica que governa a vida de todos: causa e consequência; ou causa e efeito, se quiser chamar assim.
Agir ou não agir diz respeito as causas da vida. Se suas ações fere um principio moral, social ou alguma regra não aceita por alguma comunidade que você faça parte, a consequência será o castigo. De outro modo, como disse anteriormente, não há recompensa por ser bom, seguir as regras e ter boa conduta; entende-se que essa já seja responsabilidade do individuo por obrigação.
Ser bom é mais uma obrigação do que uma escolha e a recompensa por isso é não ser punido, porém, nem sempre...
É a partir daqui que começamos entrar em religiosidade, mas isso é assunto para outro post.
Fui justo?
Taí, gostei e vou compartilhar para provocar mais mentes.
ResponderExcluirOu não...