25 de julho de 2019

O lado bom das coisas!

Imagem do filme Matrix, de 1999,
do personagem
Cypher, que afirmou a frase ao qual
eu inicio esse post
"A ignorância é uma benção" (Irmãs Wachowski - Matrix, 1999); é somente através dela que nossa constituição social tem dado "certo" (ao menos no Brasil). Melhor que isso (ou pior que isso), é através do processo de deixar nosso povo na ignorância que temos feito politica, defendido projetos e construindo um futuro que mais parece um regresso.

Foi de M.S. Cortella, a primeira vez que ouvi que "vivemos em um país onde existem muitos projetos de governo e nenhum projeto de nação". A ideia de nação é bastante curiosa; ela envolve agrupamento estável, língua, vontade de grupo e aspirações.

ASPIRAÇÕES! O que o nosso país deseja ser nos próximos futuros?

Questionar é o papel da filosofia; questionar é também o primeiro passo para sair da ignorância. É talvez, por falta de questionamentos e cansaço na busca por respostas que entregamos aquilo que desejamos
"Ainda não temos um
projeto de nação"
Mario S. Cortella
de nosso futuro nas mãos do que chamamos de governo. Acreditamos que cabe a ele ditar as regras e esquecemos que na verdade, quem está a frente da gestão de nosso país trabalha para nós, contribuintes, governados, colaboradores da pátria.

A ignorância somado ao cansaço, tem nos mantidos unidos (em alguns casos, separados) ou quando não, tem tomado o nosso tempo. Isso impossibilita de irmos fundo nas questões que inúmeras vezes estão até a nosso favor, mas que por consequência da falta de conhecimento somos induzidos em pensarmos contra. Ela traz, também, um efeito colateral no minimo infeliz: a ideia de pensar pelo lado positivo.

Pensar pelo lado positivo é muito triste, por que nos traz uma falsa sensação de contentamento. A ideia de que tudo tem um lado positivo, traz o equivoco de acreditar que isso é um pensamento ponderado e a ideia de ponderamento está associada ao equilíbrio. Pois bem! Nem ponderar é equilibrar e nem equilíbrio faz bem!



Hora! Ter equilíbrio não traz ação, e a inação não traz forma e nem cria mudanças, logo, não traz melhoras, e nem cria evolução. Se fossemos depender de equilíbrio biológico, nós não existiríamos. Basta pensar que aquilo que a Biologia chama de equilíbrio natural é muito mais um respeito de espaço em pró da vida, do que existência equilibrada. O meio natural é bem dosado e não bem equilibrado. 

Equilíbrio é inercia, é o meio, é o nulo, o meio termo. Algo que ta em equilíbrio não está em movimento e algo que não tem movimento é algo inerte. Não há propósito na inércia. Uma vida sem propósito é uma vida nula, sem movimentos... Vida sem movimento não é vida. Viver é estar sempre em  movimento!

Não há movimento
no equilíbrio e sem
movimento não
há vida. 
A escolha de procurar sempre o lado positivo das coisas é uma escolha de posicionamento inerte. Nos traz uma vida sem propósito e abre margem para aceitarmos atrocidades e toleramos o intolerante. O que é maléfico será sempre maléfico, não importa o lado positivo que isso nos traga.

Deveras, não estou defendendo também uma vida regada a excessos; excesso não é o oposto de equilíbrio, excesso é o oposto de deficiência. Estou defendendo uma vida desequilibrada, dentro de um limite e isso não necessariamente implica que algo se exceda...

Uma vida desequilibrada é aquela em que você se permita inflame contra coisas que já foram definidas que não contribuem com o progresso natural da existência e não que se pondere sobre; uma vida que te permita ser contra, imponderavelmente, as atitudes que não beneficiam a nação; uma vida em que os direitos conquistados, sejam defendidos e não ponderados quando são perdidos; uma vida em que haja vibrações; que se permita celebrar diante das glórias conquistas e que se permita, diante das inconsequências, luta...

Uma vida em desequilíbrio, longe da ignorância, da inércia ponderada e perto da verdadeira benção!

E não! A ignorância não é uma benção!

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