Vivemos um momento bastante curioso de nossa história; todos estão emitindo opiniões ao mesmo tempo, sobre os mais diversos assuntos, mas estão esquecendo de um fundamento básico da comunicação: a recepção.
A informática nos ensina que para que haja comunicação entre dois computadores é necessário que duas regras básicas sejam obedecidas: você precisa enviar e receber a informação. Se uma dessas duas premissas são quebradas, não há de forma alguma conectividade e como consequência, entende-se que a comunicação foi interrompida ou não estabelecida. Além do mais, para que uma comunicação ocorra, quem envia um pacote de dados (informação), exige como resposta a confirmação de que o pacote foi recebido adequadamente; essa é uma das maravilhas do protocolo TCP/IP da qual é sustentada a internet nos tempos atuais.
A interação onde haja envios e recebimentos de informação entre duas ou mais partes, chamamos de rede. No caso a cima, temos uma rede de computador... Quando há uma conexão entre duas ou mais pessoas na qual haja uma troca de informação, temos uma rede social.
A ideia de uma rede social, é que haja trocas de informações entre dois ou mais individuos a fim de estabelecer uma conectividade. Não é algo novo nem moderno, mas foi potencializada com a criação da internet lá nos anos 70/80 nos EUA e depois com a expansão da mesma, para o mundo, nos anos 90/2000. A internet permitiu que nossas redes sociais não se limitassem apenas as pessoas que estão do nosso lado; a premissa básica, desse pensamento, é que descobrindo o que pensa outras pessoas de outras partes do globo, poderíamos estourar essa bolha ao qual cada um vive e construiriamos um mundo melhor. Mas, infelizmente, não é o que acontece...
Todos somos rádios! Quem são as antenas? |
O que acontece é que estamos criando opiniões, promovendo debates, gerando conteúdo e esquecendo de entender para quem, para que e para onde estamo emitindo as informações... Estamos esquecendo de exigir a confirmação de que a mensagem foi recebida; esquecendo de responder também as outras mensagens que chegam até nós... Todos somos rádios, mas quem são as antenas?
Estamos apenas emitindo opinião sem saber se ela foi recebida; não observamos que não há conectvidade!
Ganhamos voz e liberdade de falar, mas quem ganhou ouvidos?
A consequencia disso é que ao invés de estourarmos a bolha, estreitarmos os laços e trabalharmos juntos para contruirmos um mundo melhor, estamos falando mais alto, no intuito de tentar sermos ouvidos e como isso não ocorre, o tom alto da voz tem virado agressão. Por não sermos ouvidos, estamos aceitando de alguma forma que nossa verdade seja imposta, pois, acreditamos que estamos do lado da verdade, tendo como base nossas exeperiências individuais. O problema é que algumas vezes, nossas experiências de vida são dolorosas, causadoras de traumas e dentro de um processo de confusão, estamos normalizando atrocidades contra nossos irmãos.
Estamos esticando o indicador em direção a nossos semelhantes e afirmando "ninguém tem a experiência que eu tenho, entao estou certo!". Criamos uma estranha necessidade de provar o quanto estamos certos e por não sermos ouvidos, aceitamos defender que haja atrocidades; coisas que há muito já deveria ter sido extinguido de nosso meio.
E o que precisa ser feito? A resposta também está na informática... Hoje é possivel, durante a emissão de informação acionar o botão pause, na qual você interrompe momentanemante a evolução do envio de dados e depois consegue voltar de onde parou.
E é necessário que haja um pause na vida também; pause para entendermos que em todo canto, todo mundo está passando por uma provação pessoal e por isso, cada um tem suas próprias certezas, suas próprias razões, suas próprias histórias. É necessário que haja um pause; pause para ouvir e entender que receber a informação é tão importante quanto erradia-la. É necessário que haja um pause; precisamos descobrir que as diferenças são muitas, mas não são somente, há também similaridades; precisamos entender sobre empatia, que é quando as diferenças são postas de lado.
É necessário que haja um pause...
Pause para a vida; pause para nossa história... precisamos de um pause; só então teríamos tempo para criar mecanismos de recepção, arrumarmos nossas redes e restabelecer nossas conectividades com o mundo.
Com todo mundo...
Precisa escrever mais
ResponderExcluirNossa!... Que texto!
ResponderExcluirNão eh o assunto principal do texto, mas as redes sociais sem querer criaram monstros; não se pode emitir opinião contrária que já eh chamado de bater
ResponderExcluirAlguns receptores estão se recusando a ouvir outros indivíduos, onde a opinião, o debate, as ideologias sejam diferentes das suas verdades "absolutas". Prevalecendo um monólogo.Não se produzindo mais diálogos.E quando resolvem ouvi é somente para o contrataque.Distorcendo a informação recebida e, não se preocupando, muitas vezes, com emissor da mensagem.Que pode está emitindo uma opinião política ou quem sabe um grito de socorro.Então perdemos a chance de participar e de exercer de fato a nossa cidadania.Vamos ouvir mais, mesmo que não compactuamos das mesmas opiniões. Isso também faz parte do nosso amadurecimento como indivíduos e, a transformar a comunidade em que estamos inseridos nos tornando cidadãos melhores. Podemos contar também com a informática que podemos utiizar para estourar "bolhad" e fomentar a comunicação efetiva entre pessoas que emitem opiniões diversas permitindo esse elo entre o emissor e o receptor da mensagem.
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