A gente precisa separar as misturas quase sempre para conseguir um composto, químico ou físico, que muitas vezes chamamos de substâncias puras. Outra hora, precisamos misturar algumas substâncias puras, umas com as outras, para assim conseguir algo melhor e mais forte. A depender do composto, purezas e impurezas podem agregar, como também, segregrar na formação e na qualidade do elemento.
Na eletrônica, no processo de dopagem de semicondutores, a mistura agrega; na água que consumimos, misturas e filtragens andam de mãos dadas para que a água fique potável; no diamante a mistura segrega; o mesmo serve para o café, para a cerveja... para a vida.
Estamos, o tempo todo, separando e misturando não só os elementos como a nós mesmo através de nosso convívio social em contato constante com diversos de nossos semelhantes. E nossos semelhantes não são poucos. Há estimativa de que falta nascer no mundo, cerca de 150 milhões de pessoas para atingirmos a marca de 8 bilhões de semelhantes da nossa espécie*. Isso enquanto eu escrevo. Essa marca deve ser atingida ainda em 2022. Você pode pensar que não é muito, mas é. Basta pensar que 150 milhões é a população de um país como a Rússia, por exemplo, que tem estimado, cerca de 145 milhões de pessoas . Precisa nascer o equivalente a um país para chegarmos a 8 bilhões. Não é muito; mas é!Tudo isso contribui para a noção quase que errônea de progresso. Muitas vezes medimos o progresso com a quantidade de coisas que podemos fazer e quase esquecemos do parâmetro da qualidade. Por fazermos muitas coisas com a ideia de que estamos progredindo, nossa espécie está sempre em movimento aparente e esse movimento nos dá a impressão que o tempo todo, em algum lugar, tem alguém fazendo algo relevante; desde de descobrindo coisas novas em suas pesquisas científicas até o que podemos chamar de curtindo a vida - tipo aquela pessoa que posta fotos com filtros virtuais no Instagram para mostrar ser, muitas vezes o que não é: feliz, mesmo que não se seja.
Esses movimentos, trânsitos, interações, tem um efeito peculiar ao se misturarem sinergicamente no nosso corpo. Ele cria misturas homogeneas e heterogeneas em nossos pensamentos e faz despertatar mesmo sem perceber, a vontade de estar em lugares, de viver todas as vidas, de ser ou mostrar que se é tão relevante quanto o seu semelhante.É por isso que é importante conhecer sobre filtros. Somos quase oito bilhões de pessoas juntas, construindo laços, criando redes, movimentando-se e formando misturas; misturas densas e suaves e muitas vezes feitas sem nem entender direito a utilidade ou o tipo de uso dos filtros.
Conhecer sobre filtro é necessário e construir filtros sociais se torna ainda mais. É através do filtro social que você vai definir o que passa e o que não passa das misturas da vida. Quem é você? Você é feliz? A quem você ouve? Com quem você fala? E quem você evita? Você consegue evitar alguém ou todo mundo para você é gente boa? Você tem filtros?
Somos oito bilhões de pessoas transitando, indo e vindo, no meio disso tudo, se faz necessário cautela para não se perder aquilo que você é de fato. E é o seu filtro social que vai definir isso: são várias as qualidades das misturas que o mundo tem para te oferecer, porém, quais são aquelas que te agregam? E quais são aquelas que te contaminam? Você consegue perceber? Ou você acha que filtro é coisa de Instagram?
Você consegue saber se você é uma pessoa potável? Semicondutora?
E qual o tamanho da micragem do seu filtro social?
*O link leva a contagem populacional de quantos nascem e quantos morrem em tempo real na terra. Se quiser ver, sem precisar voltar ao texto, clique AQUI
Filtro social hoje em dia está cada vez mais necessário. Na era da informação, tem que saber filtrar para não ficar louco com tudo o que chega. E também ter cuidado para não filtrar só o que é conveniente. Como diz no documentário Dilema Das Redes, em que o algoritmo mostra o que você quer ver e deixa um mundo de possibilidades escondida
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