27 de junho de 2019

Não dê Conselhos!

Todas as grandes decisões que tomamos na vida ocorre quase sempre sob forte pressão social e está atrelada a natureza econômica ou saúde. Ninguém em condição equilibrada, ou seja, inerte (pois equilíbrio é pura inércia) demanda sede de mudança. A vontade de mudar, causada por alguma pressão, vem sempre de alguma insatisfação e age sempre no âmbito do pensamento, deriva em algum sentimento e migra para alguma ação.

Pensamento gera sentimento e sentimento gera ação.

A equação é bem simples e independe das regras que governam nossas vidas: se você controla seus pensamentos, você controla seus sentimentos; se você controla seus sentimentos, você controla suas ações.

Aquilo que impera nos laços que decidimos manter enquanto estamos vivos, as chantagens emocionais, determina exatamente como será nosso comportamento perante ao circulo social. A chantagem emocional existe em vários níveis em qualquer relacionamento, do amistoso ao conjugal; quando um amigo seu diz, por exemplo, que está com saudade de te ver, é um uso indireto do recurso, uma forma de tentar nutrir um sentimento em você, que nasceu nele de uma lembrança e junto com ela um desejo de que o outro lado também o sinta.



Praticamente todos os grupos sociais ao qual fazemos parte tem seu nível de chantagem emocional
Equilíbrio é pura inércia
aceitável. Isso é perfeitamente entendível, pois são essas chantagens que mantém o grupo unido e movimenta a roda. O que diferencia um grupo do outro será os níveis aceitáveis de chantagem permitida entre seus membros; a capitalização do sentimento, que em outras palavras pode ser encarada como as trocas que são feitas.

Os grupos sociais, que se permitem níveis de chantagens emocionais, são os grandes criadores das pressões individuais que demandam mudança. Isso ocorre devido a grande necessidade fundamental do individuo dentro do berço social.
E qual é essa grande necessidade? Riqueza, nutrição e habitação? NEGATIVO!
Segundo Dale Carnegie em Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, o ser humano demanda uma grande necessidade de se sentir importante. 

Essa vontade de ser importante é que faz com que as futilidades que governam vida de uma pessoa, traga a impressão de que algo que ela viva seja tão bom, que a mesma acaba querendo transferir isso para os outros. Nasce assim uma ditadura! Nesse caminho, não importa se o outro esteja vivendo sua futilidade de forma tão ingressa quanto possível, se ela não faz parte daquilo que um elemento considera importante, nasce aí uma pressão que demanda uma mudança. Se existe um grupo que respira o mesmo sentimento de futilidade, temos então uma pressão social.

A grande ironia disso tudo é que não importa exatamente qual a grande futilidade da vida. Tudo é fútil; viver é fútil! Não existe na vida, algo absolutamente importante. Nós não viemos a terra com um objetivo e não herdaremos a terra com algum propósito. Não existe sob nossas cabeças um pai ou uma mãe julgadora, que observa e controla. Não! Não há arquiteto! Nascemos por acidente e seguimos por acaso e no fim das contas, é como disse Rita Lee: TUDO VIRA BOSTA!

Isso quer dizer  que você deve parar de viver? Óbvio que não!


Isso quer dizer que antes de começar a julgar o que é bom para a pessoa que está do seu lado, antes que haja pressão para que haja mudança, deve se perguntar se a futilidade de sua vida está encaixada exatamente com a forma que você enxerga o mundo. Você está vivendo mesmo a sua vida, ou está se mantendo ocupado, vivendo o que disseram para você o que era bom, esperando que no final da vida haverá um novo presente de alguma forma?


Quer dizer também, que antes de julgar o que é melhor para com o outro, é necessário entender que o outro também tem suas próprias futilidades. E a não ser que haja um pedido de socorro, ninguém tem a obrigação de meter o dedo na história de ninguém; a velha história de respeitar para ser respeitado. Não dê conselhos a não ser que seja pedido.

Obviamente, há um limite nisso e o limite ocorre quando começa florir as injustiças sociais. Mas isso é assunto para outra hora... 😉

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