Imagem do filme Matrix, de 1999, do personagem Cypher, que afirmou a frase ao qual eu inicio esse post |
"A ignorância é uma benção" (Irmãs Wachowski - Matrix, 1999); é somente através dela que nossa constituição social tem dado "certo" (ao menos no Brasil). Melhor que isso (ou pior que isso), é através do processo de deixar nosso povo na ignorância que temos feito politica, defendido projetos e construindo um futuro que mais parece um regresso.
Foi de M.S. Cortella, a primeira vez que ouvi que "vivemos em um país onde existem muitos projetos de governo e nenhum projeto de nação". A ideia de nação é bastante curiosa; ela envolve agrupamento estável, língua, vontade de grupo e aspirações.
ASPIRAÇÕES! O que o nosso país deseja ser nos próximos futuros?
Questionar é o papel da filosofia; questionar é também o primeiro passo para sair da ignorância. É talvez, por falta de questionamentos e cansaço na busca por respostas que entregamos aquilo que desejamos
"Ainda não temos um projeto de nação" Mario S. Cortella |
de nosso futuro nas mãos do que chamamos de governo. Acreditamos que cabe a ele ditar as regras e esquecemos que na verdade, quem está a frente da gestão de nosso país trabalha para nós, contribuintes, governados, colaboradores da pátria.
A ignorância somado ao cansaço, tem nos mantidos unidos (em alguns casos, separados) ou quando não, tem tomado o nosso tempo. Isso impossibilita de irmos fundo nas questões que inúmeras vezes estão até a nosso favor, mas que por consequência da falta de conhecimento somos induzidos em pensarmos contra. Ela traz, também, um efeito colateral no minimo infeliz: a ideia de pensar pelo lado positivo.
Pensar pelo lado positivo é muito triste, por que nos traz uma falsa sensação de contentamento. A ideia de que tudo tem um lado positivo, traz o equivoco de acreditar que isso é um pensamento ponderado e a ideia de ponderamento está associada ao equilíbrio. Pois bem! Nem ponderar é equilibrar e nem equilíbrio faz bem!
Hora! Ter equilíbrio não traz ação, e a inação não traz forma e nem cria mudanças, logo, não traz melhoras, e nem cria evolução. Se fossemos depender de equilíbrio biológico, nós não existiríamos. Basta pensar que aquilo que a Biologia chama de equilíbrio natural é muito mais um respeito de espaço em pró da vida, do que existência equilibrada. O meio natural é bem dosado e não bem equilibrado.
Equilíbrio é inercia, é o meio, é o nulo, o meio termo. Algo que ta em equilíbrio não está em movimento e algo que não tem movimento é algo inerte. Não há propósito na inércia. Uma vida sem propósito é uma vida nula, sem movimentos... Vida sem movimento não é vida. Viver é estar sempre em movimento!
Não há movimento no equilíbrio e sem movimento não há vida. |
A escolha de procurar sempre o lado positivo das coisas é uma escolha de posicionamento inerte. Nos traz uma vida sem propósito e abre margem para aceitarmos atrocidades e toleramos o intolerante. O que é maléfico será sempre maléfico, não importa o lado positivo que isso nos traga.
Deveras, não estou defendendo também uma vida regada a excessos; excesso não é o oposto de equilíbrio, excesso é o oposto de deficiência. Estou defendendo uma vida desequilibrada, dentro de um limite e isso não necessariamente implica que algo se exceda...
Uma vida desequilibrada é aquela em que você se permita inflame contra coisas que já foram definidas que não contribuem com o progresso natural da existência e não que se pondere sobre; uma vida que te permita ser contra, imponderavelmente, as atitudes que não beneficiam a nação; uma vida em que os direitos conquistados, sejam defendidos e não ponderados quando são perdidos; uma vida em que haja vibrações; que se permita celebrar diante das glórias conquistas e que se permita, diante das inconsequências, luta...
Uma vida em desequilíbrio, longe da ignorância, da inércia ponderada e perto da verdadeira benção!
E não! A ignorância não é uma benção!
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